20 EM 2020
Olá, caros leitores / caras
leitoras... De antemão quero dizer que desejo que 2020 seja um ótimo ano para
vocês e quiçá para mim ou que pelo menos seja melhor que 2019. Estou em uma
fase da vida que estou meio incrédulo em relação ao otimismo, parece que a cada
ano que passa, ele se esvai cada vez mais. Sei que não deveria ser assim, mas
para mim, é assim que é ou pelo menos tem sido.
Para quem acredita em sorte, há
quem (a)guarde alguma superstição em relação ao número 20 pelo fato do mesmo se
repetir no presente ano (2020). Alguns ainda podem querer aferir um possível
despertar espiritual a esta época, algo talvez a ver com a filosofia do 1111.
Não sou especialista em fenômenos
sobrenaturais, mas adianto que é instigante e ao mesmo tempo assustador
imaginar que guias espirituais, entidades ou como queiram chamar, podem querer
‘falar” conosco ou nos conscientizar através de algarismos repetidos – quando
olhamos para a hora no relógio e vemos numerais repetidos, por exemplo, ou
quando nos damos conta disso em um extrato bancário ou em qualquer lugar que
tenha uma sequência numérica repetida. Quem quiser se aprofundar, fique a
vontade para pesquisar...
Para mim, sobrenatural mesmo é o
som da banda Bad Religion. Gosto tanto ou talvez até mais do que pizza. Gosto
de Rock em geral e suas variadas vertentes (menos Emo, filho bastardo do Rock),
mas este som bad religiônico tem um quê de especial. Ao mesmo tempo que
consegue ser agressivo, consegue ser leve, harmônico e prazeroso. E as letras
das músicas então? Letras com substância, com conteúdo. Letras que nos fazem
refletir... E em meio a tantas músicas emblemáticas (para quem não conhece,
ouça pelo menos a música “Infected”), me recordo de uma em especial... A música
“10 in 2010” do álbum “The Grey Race” (em português “A Raça Cinza”) – álbum que
data de fevereiro de 1996 e que aborda, dentre outros temas, a desigualdade
social/racial e a guerra (em suas diferentes concepções).
Pois bem, “10 in 2010” trazia uma
visão apocalíptica do que seria o ano de 2010, devido ao crescimento
desordenado populacional das cidades e às guerras diárias que a competitividade
social nos impõe – onde parece que ter não é o suficiente, o “importante” é o
outro não ter. Esta música também previa, meio que exageradamente, que seríamos
10 bilhões de habitantes infelizes em 2010. Aliás, algo difícil é prever, ainda
mais número de habitantes. Em 2019, chegamos em 7,7 bilhões de habitantes
(infelizes ou não). Talvez em 2020, cheguemos a algo perto de 8 bilhões de
habitantes.
Sim, Bad Religion “errou” a
previsão de habitantes em 2010 (nesta época chegou perto de 7 bilhões), porém,
a letra de “10 in 2010” é atual se levarmos em conta o apocalipse global que
vivenciamos atualmente. Algo que nem um gênio da envergadura de Greg Graffin
imaginaria (provavelmente) é qualquer possibilidade de uma Terceira Guerra
Mundial em 2020 e isso pode acontecer após a morte do general iraniano Qasem
Soleimani a mando do presidente dos EUA, Donald Trump. Todos já ouviram algo a
respeito sobre isso, mas apenas para refrescar a memória...
Trump abandonou em 2018 o acordo
nuclear que impedia o Irã de enriquecer urânio para fabricar armas nucleares.
Acordo que foi assinado em 2010 – época do presidente Barack Obama – e que teve
como mediadores a Rússia e o Brasil, mais precisamente e respectivamente,
Vladimir Putin e Celso Amorim (ministro de relações exteriores do Brasil no
governo Lula). Em troca da retirada de sanções econômicas aplicadas pelos EUA e
pela União Européia contra o Irã, este se comprometia a enriquecer urânio
apenas para fins pacíficos. Além de abandonar este acordo, Trump desde então,
tem provocado o Irã militarmente – o que ficou ainda mais evidente no dia
03/01/2020.
É bom que se diga, acredito que o
falecido general talvez não fosse exatamente “um docinho” em vida, porém,
militarmente, o Irã nunca em sua história apresentou riscos fora de suas fronteiras,
nunca apresentou riscos reais ao mundo. Não é de hoje que os EUA se metem na
vida de vários países. Sempre há uma necessidade do cowboy americano aparecer
como herói em filmes e seriados. Os vilões sempre são os outros dos outros
países. Trump incorpora muito bem o que tem de pior nos EUA: a arrogância
americana de querer ter mais e em querer que outros países não tenham.
Qual seria o plano de Trump – se
é que ele tem um – ? Será que tal ataque tem a ver com a descoberta de petróleo
em novembro do ano passado no Irã? Será que é para desviar o foco do seu
improvável impeachment? Digo improvável porque a maioria do senado é do partido
republicano.
Diante deste quadro, acredito que
a chance de retaliação aos americanos por parte do Irã será de 100%. Em relação
a uma possível Guerra Mundial? Aposto em 20 em 2020, ou melhor, 20% de chances
que ocorra. Aposto sem a frieza da matemática, apenas com o calor dos fatos.
No mais, espero que 2020 indique um novo começo ou recomeço para
a paz e não o fim da nossa humanidade, aquela que desperta em nós a empatia de
nos reconhecermos no próximo...
(Igor Veiga / PERIGOR)
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